
Futuro chefe de Governo alemão conclui negociações para formar coalizão

O conservador Friedrich Merz revelará, nesta quarta-feira (9), o seu acordo de coalizão com os social-democratas para formar governo na Alemanha, que enfrenta o impacto da guerra comercial de Donald Trump.
Este acordo, que estabelece um roteiro de governo para os próximos quatro anos, será revelado durante uma coletiva de imprensa às 15h00 (10h em Brasília) em Berlim.
Um mês e meio após as eleições legislativas, o bloco conservador CDU/CSU está se preparando para assumir as rédeas da principal economia da Europa em uma aliança com a centro-esquerda do chanceler em fim de mandato, Olaf Scholz.
A urgência aumenta à medida que o partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD), segundo colocado nas eleições de 23 de fevereiro, continua subindo nas pesquisas.
Após extensas conversações na terça-feira, os negociadores da União Democrata Cristã (CDU), seu aliado bávaro CSU e o Partido Social-Democrata (SPD) se reuniram novamente em Berlim nesta quarta-feira para finalizar os detalhes do acordo.
A conclusão deve tranquilizar outros países europeus impacientes para que a Alemanha tenha uma liderança para enfrentar os atuais desafios econômicos e de segurança.
A economia alemã, fortemente dependente das exportações, é uma das mais expostas às consequências das novas tarifas dos Estados Unidos.
O governo de coalizão tripartite de Scholz entrou em colapso no início de novembro devido a diferenças orçamentárias intransponíveis entre sua legenda, os Verdes, e o Partido Democrático Livre.
O novo governo esperado não terá esse problema. Diante da turbulência global, Merz conseguiu, no início de março, aprovar um gigantesco plano de investimento no valor de centenas de bilhões de euros para rearmar e modernizar o país, uma iniciativa aplaudida por seus homólogos europeus.
No entanto, o futuro chefe de Governo está sendo duramente criticado na Alemanha, até mesmo por seus partidários, por reformar o "freio da dívida" que limita a capacidade de endividamento do país para gastos militares e regionais, apesar de ter prometido não alterá-lo.
De acordo com uma pesquisa publicada na quarta-feira pelo instituto Ipsos, a AfD agora lidera as intenções de voto com 25%, quase cinco pontos a mais do que seu resultado recorde nas eleições legislativas, enquanto os conservadores estão com 24%.
U.Andre--PS