
Representante comercial de Trump diz que tarifas estão 'dando frutos'

O representante comercial dos Estados Unidos, Jamieson Greer, declarou, nesta terça-feira (8), que as tarifas do presidente Donald Trump estão "dando frutos" e que cerca de 50 países entraram em contato com ele para estabelecer acordos.
Na semana passada, Trump anunciou uma tarifa universal de 10% e sobretaxas adicionais de até 50% para dezenas de países que exportam mais do que importam dos Estados Unidos.
Greer disse, em uma audiência no Senado, que o país perdeu cinco milhões de empregos no setor de manufatura e 90.000 fábricas nos últimos 30 anos, desde que promulgou um acordo de livre comércio trilateral com México e Canadá.
A "grande e persistente balança comercial negativa" não será resolvida da noite para o dia, advertiu. "Mas tudo isso está indo na direção certa", disse.
"Devemos nos afastar de uma economia baseada apenas no setor financeiro e no gasto governamental" para uma "baseada na produção de bens e serviços reais", avaliou.
O representante comercial argumentou que a estratégia "já está dando frutos", visto que "cerca de 50 países me procuraram pessoalmente para discutir a nova política do presidente e explorar como obter reciprocidade", declarou ao comitê de finanças do Senado.
Vários países, incluindo Argentina, Vietnã e Israel, se ofereceram para reduzir suas tarifas, segundo Greer, enquanto as montadoras estão cancelando demissões e as empresas anunciaram US$ 4 trilhões (R$ 23,7 trilhões, na cotação atual) em novos investimentos nos Estados Unidos.
As ações de Wall Street dispararam na manhã deste terça-feira, após três dias de queda, devido à recuperação das bolsas mundiais com a esperança de acordos comerciais.
Mas os congressistas continuam preocupados com o efeito das tarifas. O republicano Chuck Grassley lidera um esforço bipartidário para exigir a aprovação das taxas pelo Congresso no prazo de 60 dias. É pouco provável que haja uma votação no plenário.
Quatro senadores republicanos votaram com os democratas na semana passada para aprovar uma resolução simbólica que visa a eliminar as tarifas de Trump sobre o Canadá, mas ela não tem força de lei.
O próprio presidente americano descartou qualquer pausa em sua política comercial agressiva e chegou a ameaçar com uma tarifa adicional de 50% sobre a China em caso de retaliação.
Ele também descartou a possibilidade de um acordo comercial com a União Europeia.
O democrata Ron Wyden criticou a Casa Branca por não ter "uma mensagem clara" sobre como Trump escolheu suas metas tarifárias e por quanto tempo planeja mantê-las em vigor.
N.David--PS