
Xi Jinping diz que China e UE devem resistir à 'intimidação

O presidente chinês, Xi Jinping, fez um apelo nesta sexta-feira (11) à União Europeia (UE) por uma resistência conjunta à "intimidação", em plena ofensiva tarifária dos Estados Unidos, informou a agência estatal de notícias Xinhua
Em uma reunião em Pequim com o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, o chefe de Estado da segunda maior economia mundial destacou a necessidade de cooperação entre as potências diante da guerra comercial iniciada por Donald Trump.
"China e a UE devem assumir suas responsabilidades internacionais, proteger juntas a globalização econômica (...) e resistir juntas a qualquer assédio unilateral", afirmou Xi.
Isto não apenas "protegeria seus direitos e interesses legítimos, mas também (...) protegeria a justiça e a equidade internacional".
Em uma entrevista coletiva posterior, Sánchez, partidário da aproximação entre UE e Pequim, declarou que as tensões comerciais entre as potências não devem interferir no desenvolvimento de sua cooperação.
"Tanto a Espanha como a Europa têm um importante déficit comercial com a China em que devemos trabalhar para sanar", afirmou o líder social-democrata.
"Mas não devemos permitir que as tensões comerciais interfiram no potencial crescimento de nossa relação, entre China e Espanha e entre China e a UE", acrescentou.
A Espanha importa produtos chineses no valor de 45 bilhões de euros (289 bilhões de reais), mas suas exportações para a segunda economia mundial são de 7,4 bilhões de euros (49 bilhões de reais).
Em sua terceira viagem à China em pouco mais de dois anos, Sánchez tenta estimular as exportações e atrair investimentos que criem "valor agregado" e "emprego qualificado de qualidade".
Na visita anterior a Pequim, em setembro, Sánchez estabeleceu uma distância da UE e pediu ao bloco que reconsiderasse o plano de impor tarifas elevadas aos carros elétricos chineses.
Bruxelas defendia que as tarifas eram necessárias para proteger os fabricantes europeus da concorrência desleal das empresas chinesas, que recebem apoio estatal.
Pequim respondeu à medida com uma investigação sobre as importações de carne de porco da UE, um tema delicado para a Espanha, a maior exportadora de produtos suínos europeus para a China.
Sánchez anunciou que assinou um protocolo para ampliar as possibilidades de acesso dos produtos suínos espanhóis ao mercado chinês.
A nova viagem gerou críticas da direita espanhola e da imprensa conservadora, que temem uma aproximação da China e consideram que Sánchez não está alinhado com UE.
O secretário do Tesouro de Donald Trump, Scott Bessent, advertiu esta semana os governantes espanhóis que um alinhamento maior com a China "seria como cortar o próprio pescoço".
K.Laurent--PS